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O Ministério Público Federal (MPF) deu início a uma ação que promete transformar a merenda escolar em Ubatuba e nas cidades vizinhas do Litoral Norte. A iniciativa busca incluir produtos cultivados e produzidos por comunidades tradicionais, como caiçaras, indígenas e quilombolas, no cardápio das escolas municipais.
Batizada de Comissão de Alimentos Tradicionais dos Povos (Catrapovos), a proposta tem como objetivo facilitar a compra pública de itens vindos da agricultura familiar, do extrativismo e da pesca artesanal, destinando-os ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
O projeto é resultado de uma parceria entre o MPF, o Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS).
De acordo com o MPF, o modelo de comercialização será feito por meio de circuitos curtos, o que garante que os alimentos cheguem mais frescos e saudáveis às escolas , inclusive às próprias unidades de ensino das comunidades produtoras. Além de valorizar a nutrição, a ação também preserva a cultura alimentar local, incorporando pratos e saberes típicos à rotina dos estudantes.
A procuradora da República Walquiria Imamura Picoli, responsável pelo projeto na região, ressaltou o impacto social e cultural da proposta.
“Trata-se de uma iniciativa de inclusão da sociobiodiversidade nos mercados formais dos quatro municípios. A implantação da Catrapovos traz avanços significativos em direção a uma economia mais justa, à promoção da saúde e ao fortalecimento da identidade cultural das dezenas de comunidades tradicionais que vivem na região”, destacou.
O lançamento oficial da comissão acontecerá na sede do MPF em Caraguatatuba.