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A sessão da Câmara Municipal de Ubatuba, realizada nesta terça-feira (11), teve um episódio pouco comum: cinco vereadores votaram contra requerimentos de própria autoria. Recuaram em plenário Francisco Freire Gomes “Ceará”, Silvinho Brandão, Pastor Sandro Anderle, Rogério Frediani e Manoel Marques. A inversão de votos ocorreu logo após o discurso da prefeita Flávia Pascoal na tribuna e expôs o acirramento entre governo e oposição.
Os requerimentos rejeitados tratavam de pedidos diretos da população para melhorias em diferentes bairros do município. Entre eles estavam solicitações de limpeza e manutenção na Rua América, no Estufa II, e recapeamento da Rua São Judas Tadeu, no Monte Valério. Outro pedido incluía poda de árvores e troca de lâmpadas no mesmo logradouro, para reforçar a segurança noturna.
Também faziam parte do pacote pedidos de instalação de sinalização de “proibido parar e estacionar” na Rua da Ribeira, no Saco da Ribeira, para liberar o acesso de moradores e prestadores de serviço, além da limpeza da vala central na Rua Enseada e na Avenida Belmont Buler, no Perequê-Açu, medida para evitar alagamentos em dias de chuva.
Outros requerimentos solicitavam manutenção de sarjeta na Rua Santos, no Estufa II, para melhorar o escoamento, e nivelamento e cascalhamento na Rua Cabo João Monteiro da Rocha, na Maranduba, uma demanda antiga de quem utiliza a via diariamente. Na área cultural, também havia pedido de medidas urgentes para a gestão técnica e operacional do Teatro Municipal Pedro Paulo Teixeira Pinto.
A derrubada das propostas foi decidida em discussão e votação única, o que adia respostas do Executivo e prolonga a espera dos moradores. Vereadores contrários à manobra afirmaram que a decisão prejudica serviços essenciais de zeladoria e manutenção urbana.
Interlocutores da base do governo justificaram o recuo afirmando que parte dos requerimentos seria duplicada ou não teria embasamento técnico. Ainda assim, a postura gerou surpresa entre os próprios parlamentares e reforçou a divisão política dentro da Casa.
Sem consenso, as comissões devem reabrir o diálogo e reformatar os pedidos para nova apreciação. Enquanto isso, as demandas por limpeza, drenagem, iluminação, trânsito e cultura seguem sem prazo para solução, em meio ao crescente clima de tensão entre Executivo e Legislativo.